terça-feira, 22 de setembro de 2009

Tempo de Deus hoje: “não perder o kairós; não escapar à reflexão”

Foto: Giuseppe D'Aleo
O prof. LD. Afonso Ligório contemplou-nos, nesta tarde, com a conferência sobre o tema “O tempo de Deus em tempos urbanos”. Sua reflexão teve por base a originalidade do mundo de hoje – ao qual chamou neo-urbano – marcado pela simultaneidade espaço-temporal que as novas mídias proporcionam. Perante o contexto urbano que é, por definição, plural, o conferencista estabeleceu um dever-ser para a teologia: uma fala crítica, humilde, inculturada e benéfica; que seja, ao mesmo tempo, ouvidora e incômoda nos lugares-comuns. Prof. Afonso trouxe à reflexão vários acontecimentos recentes, como o acordo entre Brasil e Santa Sé e o projeto de lei que banaliza o título de teólogo.

Paradigma da dádiva: vínculo maior que o bem doado


Após as oficinas realizadas nas dependências da PUC-Assunção a partir das 8h15 de hoje, os participantes do VI Congresso de Teologia voltaram a se reunir no anfiteatro do Centro Universitário São Camilo para assistir à conferência “Que ser humano e que cidade?”, da prof.ª Dra. Leila Albulquerque. Como socióloga, ela traçou a evolução do conceito de sociedade, contrapondo-o ao de comunidade. Segundo ela, vários projetos comunitários proliferam hoje, mas no sentido de afastar as diferenças e ocultar a face do outro. Sua fala concluiu com a exposição do chamado “paradigma da dádiva”, movimento francês pouco cuja afirmação é a de que a atitude mais básica do ser humano é a doação, contrapondo à lógica utilitarista a amizade, a solidariedade e o prazer. Nesse sentido, no contexto da religião – mais alta manifestação cultural – a Graça seria a dádiva primeira universalizada por Jesus.
Foto: Giuseppe D'Aleo

Dr. Ênio: evangelizar em tempos urbanos


A palestra da tarde do dia 21, realizada pelo prof. Dr. Ênio Brito, tratou da seguinte temática: "Tempos urbanos ao longo do tempo". Nela, tratou-se da mobilidade da cidade, a qual exige uma postura de evangelização que comece pela relação entre as diferenças e se baseie no respeito. O conferencista afirmou que o traço da universalidade da Igreja implica em inserir-se em todos os segmentos humanos, como antídoto ao dogmatismo e para além do infantilismo (que promove infantilismo) e do individualismo (que gera consumidores irresponsáveis).
Foto: Giuseppe D'Aleo

Comunicações do VI Congresso promovem partilha de conhecimentos

A manhã do dia 21 encerrou com a apresentação das comunicações de trabalhos acadêmicos nas salas da PUC - Assunção a partir das 11h. Foram ao todo 13 comunicações proferidas pelos alunos de Teologia das faculdades participantes do VI Congresso, os quais abordaram diferentes perspectivas acerca da pastoral urbana.
Foto: Giuseppe D'Aleo

Dom Angélico: "olhar a cidade com ternura e amor"

Foto: Giuseppe D'Aleo


Às 9h15 de ontem, dia 21, D. Angélico Bernardino proferiu a primeira conferência do VI Congresso de Teologia com o tema: "Seres humanos em movimento". Ao partilhar sua rica experiência como pastor - após participar de 34 assembléias da CNBB - ele foi aplaudido várias vezes durante o discurso, no qual nos exortou a ter a coragem do Espírito para enfrentar a pastoral urbana com seriedade - atitude que, segundo ele, ainda é rara na Academia. Profundamente bíblico e realista, o bispo insistiu sobre a necessidade de "ter o Coração de Jesus": entender que a Encarnação do Verbo implica assumir que "as chagas abertas da cidade têm que ser as chagas da Igreja". Aprender com a vida no contato pessoal, converter da mentalidade rural para a complexidade urbana, mapear a cidade conforme as necessidades e foram alguns imperativos de sua fala, que ainda tocou assuntos como ministérios leigos, formação de políticos realmente católicos, meios de comunicação social cristãos, casais de segunda união e ecologia.